domingo, 12 de fevereiro de 2012

Cachorros Emocionais


...E naquele praça, eles latiam pela utopia libertadora.

sangue, sangue, sangue, sangue, sangue, sangue
Manchando os olhos dos humanos transeuntes

Instantes pareciam poucos e insinuantes, com o corpo que acabará de remanejar-se.

A lua parecia tão tentadora quanto o cheiro de comida
a sinfonia de latidos se tornaria cada vez mais silenciosa

O que seria a face escura, com medo de suas entranhas?
O que seria a lua perdida, em meio a tanta dor?

Uma nuvem tão escura quanto o beco caía
as pálpebras despencavam como um braço descansando
mil quilos carregados por uma eternidade

A morte abraçava-o entre pêlos e machucados
Não curava os traumas ou as dores
mas o levava consigo para sempre

Um líder apenas, para acabar com a leveza do espírito.
Uma simples fala, para despertar o calor do riso.
Um minuto atrasado, no relógio antigo.
A sombra se esvai, a matilha esconde-se no vão dos mortos.

"Mas eu realmente sou só um corpo feito
para apodrecer em meio à esse lixo?"
"Meu destino é mesmo desistir e morrer
no lugar onde nasci, cresci e vivi?"
Às suas perguntas, nenhuma resposta se candidatava

5 minutos.
10 minutos.
11 segundos.
Seria essa a razão de tudo solidificar-se?
Olhando de pé, a tua própria solidão, a luz fica forte. Fraca. Média.
Mas o último suspiro, continua inadequado.

Nenhum momento parece certo para ir,
mas já não há mais como ficar aqui.
Se uma vida de cão é tão ruim
como pode um cão morrer assim?

A face do erro. Sabe-se que ainda está aqui.
O cheiro do cigarro velho.
O tabaco esmagado.
As chances tiradas em uma fração de órbita.
Talvez seja o melhor para ambos.
E o som da arma, ainda ecoa em suas mentes.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

traços #1


ateia
o fogo.
em espiral
a fina fumaça
espanta da teia
a aranha.
e
caindo
dos olhos
as lágrimas
em silêncio
arranham
o rosto.
na janela
a tela barra
a mosca.
dedos nervosos
desenham no pó
traços de saudades.


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terça-feira, 30 de novembro de 2010

no calendário


aprisionado em meus sonhos,
acordei numa vontade preguiçosa.
persigo em silêncio
um coração.
novas fragrâncias já seduziam por perto,
com novos encantos,
momentos de prazer e de paixão.
o dia certo
de vermelho marcado
gritava a certeza da volta
tão simples.
um tempo já vivido vindo
na eternidade de um segundo
de vidas atrás.
desejo distraído
por mais um tempo naquele sorriso.
a boca se abrindo em línguas
ávidas de espaço e romance
... sem cansaço
para outras preliminares.
encontros, despedidas
começo, meio e nunca...

terça-feira, 6 de julho de 2010

AO MENOS


Reconheço,
Sou limitado.
Nos abraços
Tenho a medida certa
Do seu espaço.
Resta-me tempo
E,
A bússola dos olhos
Indica o caminho
Na noite enluarada
Enquanto refaço alguns poemas.
Ao menos
Tento estratagemas.
E nos abraços
Ganho espaço
E o tempo passa
Num doce beijo.

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Dias distantes

Na preguiça
Minha saudade
Confunde as certezas
De minha vida.
Ficas ausentes
Poucos quilômetros
De distância.
No silencio
Ouço tua respiração
Teu perfume é o incenso
Do meu corpo.
Te folheio
Nos dias do meu cotidiano
Te dobro nas madrugadas
Nos pedaços dos meus sonhos.
Ecoo em ti.
Te aperto.
Te isolo dos momentos inimagináveis.
O passar das horas
Se perde nos caminhos ao redor.
Ontem e hoje ficam presos
No sorriso presenteado.
Qual a razão dos dias distantes?
São dias impossíveis de serem iguais.
São dias de coisas somente vazias.
Mil vidas passam nos meus sonhos...