sábado, 12 de dezembro de 2009

Sábado #1



Todas
as horas

nas suas

duas metades
entornam
na consistência
dos muitos minutos,
a sensibilidade
à flor da pele
inventando
segundos
para cada espera.
E ao longo
do meio fio
o dia

silenciosamente
se esvai
espalhando

pela calçada

sombras
de mais
uma noite
solitária
de luar.
A solidão
densa demais,
machuca.
Preso,

o sorriso
não acontece,
desaparece
nas asas
do desejo
se desfazendo
pelo chão
do quarto
ao som
repletos
de saudades.
A mão

sufoca
o grito

no rosto
amarrotado.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Beco


Arde na tarde o sentimento
de tentar desenhar asas
aos pensamentos saudosos.
E o sol se põem no horizonte

caído dos olhos.

Ecoa nos ouvidos frases ásperas
convertidas em escuridão
para o tato cego de carinho. Além de que entre
outras o beijo frio pago não esquenta

a gélida paisagem do corpo

atravessado em sorriso deserto.
Porém, sabe-se, é demorado,
e o que se espera encontrar ali,
talvez, entre o vento e o silêncio
do caminho percorrido

Sejam as verdades esquecidas

no lado esquerdo do peito.
As ruas, rasgadas pela lua
desembocam no beco
a boca da noite
e largam tempos depois poesias
nos muitos muros pichados da cidade
como quadros de Salvador Dali.

Por onde anda você?